sábado, 21 de fevereiro de 2009

Amor imaginário


Veio lentamente,
Quase sem respirar,
Este amor ardente
Que teima em ficar.
É um amor irreal
Que veio com o vento,
Através dum areal
De paz e de alento.
Para sempre irá ficar
Esta pérola de magia
Que já não habita no mar
Mas vive connosco, dia a dia.
Bastaria um momento,
Para sempre lembrar
Este sentimento,
Que me faz sonhar.

Sílvia Gonçalves

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A dor me ser


Apesar de a dor me ser
Difícil de suportar,
Não fecho os olhos.
Quero ver,
Acordada permanecer
E não mais sonhar.

Sílvia Gonçalves

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Farol


Cavalgo ao ritmo do vento,
Rodeada de raios de sol.
E com um olhar atento,
Avisto um farol.

Que me dirás tu,
Farol incandescente?
Teimas em brilhar,
De modo inconsciente.
Toma cuidado,
Não vás tu apagar.

Quem te alcança
Vem do céu ou do mar.
Mas eu alcancei-te
A cavalgar.

Venho de longe.
Não tenho para onde ir.
A montanha é agreste,
Custa-me subir.

Começa a anoitecer
E eu sem cumprir meu caminho.
Obrigada por me fazeres ver
O rumo do meu destino.

Sem ti, restam-me as estrelas.
Sem elas, restas-me tu.
Sem nada, resta-me tudo.
Farol, pões as dúvidas a nu.

Sílvia Gonçalves

domingo, 1 de fevereiro de 2009


Mexi o corpo
Ao som de uma sinfonia.
Tracei um risco torto,
Porque a mão tremia.

Simulei uma fantasia
Repleta de turbulência,
Na qual eu me desfazia
Em virtude da tua ausência.

Procurei luzes no céu
Para acalmar meu pensamento.
Envolvi-me num véu
Que deslizou, com o vento.

Procurei passar as sensações para o papel
Para permanecer leve e liberta do mal,
Aprisionando a dor infiel,
Através do ponto final.

Sílvia Gonçalves