tag:blogger.com,1999:blog-71751287422120866272024-02-19T04:35:13.690+00:00Rosa NegraRosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.comBlogger203125tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-38087554035358867362012-08-20T23:44:00.000+01:002012-08-20T23:44:34.460+01:00<span style="color: white;">Vazio. Assim estava naquele dia. Por nenhum motivo. </span><br />
<span style="color: white;"></span><br />
<span style="color: white;"><br /></span>
<span style="color: white;">Era um poço de jardim que, embora se propusesse ornamenta-lo, funcionava realmente. Porém, sem que nenhuma seca ocorresse nem que a terra desmoronasse, secou. Passou da condição vital à de termo. Para um poço que diferença faz? Não possui espirito, pensamento, coração nem consciência. Inevitavelmente nem sabe que existe. É estranho pensarmos desta forma: nas centenas de coisas que existem porque estão lá, as vemos, servimo-nos delas, servem múltiplos fins mas elas mesmas nem sabem que subsistem. Que injusta foi a Natureza ao permitir tal conjuntura. Este ser sem ser, existir porque sim. </span><br />
<span style="color: white;"><br /></span>
<span style="color: white;">E vivemos nós acompanhados de crises de identidade quando, na verdade, sabemos sempre que existimos. Podemos não saber bem quem somos nem por que motivo aqui estamos. Mas nós sabemos sempre que estamos. Dotados de uma consciência ousamos ofusca-la. Que seres perversos somos. </span><br />
<br />
<span style="background-color: white;">Sílvia Gonçalves</span>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-86299208324923663222012-07-14T23:04:00.001+01:002012-07-14T23:04:37.825+01:00<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><span style="color: white;">Tudo começou
num tempo distante. Há muito muito tempo atrás (como normalmente se diz nas
histórias). Uma jovem rapariga tropeçou num objeto. Melhor dizendo: em metade
de um objeto. Metade de um coração. Inicialmente pareceu-lhe algo disforme,
similar a uma face retratada em perfil, de um jeito abstrato. Só depois reparou
ser metade de um coração. Daqueles corações “comerciais” que simbolizam o amor.
Os corações reais são bem diferentes, cavados de artérias e veias que lhe conferem
anatomicamente uma forma nada romantizada. Um pouco grotesca até. Ia ela
descendo uma calçada com pedras de vários formatos e relevos quando, por fim,
acabou por pegar na referida metade do coração. Questão que o mais comum dos
mortais colocaria: Quem terá a outra metade? Com Maria (a jovem em destaque)
não foi diferente. Quem teria a parte que encaixava no “seu” coração? Acrescento:
Quem terá as metades que preenchem as nossas dúvidas, que acalentam os nossos
receios, que embalam os nossos pesadelos? Quem as terá afinal?</span></span><br />
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><span style="color: white;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><span style="color: white;">Sílvia Gonçalves</span></span>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-36939482255052528522012-07-02T20:51:00.002+01:002012-07-02T20:51:55.275+01:00As nuvens deslizavam<br />
<br />
<br />
Como quem procura escapar<br />
<br />
Às emoções que agarram<br />
<br />
E suspendem o mar….<br />
<br /><br />
…que deixa de ser salgado<br />
<br />
Para envergar a doçura <br />
<br />
Desse teu corpo alado<br />
<br />
Oposto à secura…<br />
<br /><br />
…do deserto quente<br />
<br />
Onde a água é escassa.<br />
<br />
Onde o nada é para sempre,<br />
<br />
Onde a tua cor é baça…<br />
<br /><br />
…sem contornos definidos<br />
<br />
Formas nítidas nem recortes.<br />
<br />
Onde vês os sons escondidos<br />
<br />
E ouves luzes fortes…<br />
<br /><br />
…através dos sentidos trocados<br />
<br />
Que fazes por manter,<br />
<br />
Entre melodias e fados<br />
<br />
Ecoando pelo amanhecer…<br />
<br /><br />
…que precede a escuridão, <br />
<br />
O frio e a saudade<br />
<br />
Desse coração,<br />
<br />
Batendo sem rumo ou vontade.<br />
<br /><br />
Sílvia Gonçalves<br />
<br />
<br />
<br />Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-5501293794887053592012-07-02T20:50:00.000+01:002012-07-02T20:50:00.154+01:00ContrastesLento, rápido, veloz.<br />
<br />
<br />
Amargo, doce, mel.<br />
<br />
Atravesso a tua voz<br />
<br />
Através deste papel.<br />
<br />
Luz, claro, escuro.<br />
<br />
Sorriso, alegre, feliz.<br />
<br />
O mundo não é duro,<br />
<br />
Tu é que és um aprendiz.<br />
<br />
Sussurro, canto, melodia.<br />
<br />
Brisa, vento, tufão.<br />
<br />
Nessa tempestade vazia<br />
<br />
Eu sou o trovão.<br />
<br />
Sono, sonho, dormir.<br />
<br />
Olhar, ver, observar.<br />
<br />
Ficar ou partir,<br />
<br />
Ir ou voltar.<br />
<br />
Gradientes que crescem,<br />
<br />
Opostos que existem.<br />
<br />
Termos que enlouquecem<br />
<br />
Onde as palavras resistem.<br />
<br /><br />
Sílvia Gonçalves<br />
<br />Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-65533413198030391392012-06-04T00:19:00.001+01:002012-06-04T00:19:06.599+01:00Deparo-me com a perfeita conceção do Homem que solta lágrimas quando se sente triste de modo a que quem o cerca entenda o que vivencia. Temos palavras cujas raízes se entrelaçam com as de outro alguém. Possuímos emoções que nos permitem conexões diárias com outras realidades, perspetivas alheias e diversos estados de espirito. <br />
<br />
<br />
Somos bonecos com sentido, disfarçados de gente humana. Falta-nos a razão. Eu e tu só sabemos existir na esfera da emoção. Desprovidos de raciocínios, deduções lógicas ou ilógicas, pensamentos fundamentados…apenas sabemos sentir. <br />
<br />
De fisionomia humana, olhar atento e apreendedor, não buscamos questões nem respostas mas estamos atentos ao amor. Não ambicionamos profissões nem cargos eruditos. O que gostamos mesmo é de seguir pirilampos que refletem a luz do que sentimos. E, quem sabe, num lugar qualquer nos espere a transformação que nos conduza ao adquirir da razão. Aí, os pirilampos serão simples animais, que com luzes incandescentes nos farão recordar os mil encargos que, na secretária, temos pendentes. <br />
<br />
Sílvia Gonçalves<br />
<br />Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-58416435425721004622012-05-25T22:24:00.002+01:002012-05-25T22:32:31.026+01:00Cascatas urbanas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5mjoxdZqyQOFxBufjaTmEzKPNMts2TYVJU3Af8PEK3mY8sXT-ILq_yjI6JBzCebSmDwxnnquenj-jhHitL7SY2ZBHIOovxsDKQmOU-OMluUXnr4S7eitYvB4ritq1gl3vt1j6FjoBiI4/s1600/c+lcsc.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="128" qba="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5mjoxdZqyQOFxBufjaTmEzKPNMts2TYVJU3Af8PEK3mY8sXT-ILq_yjI6JBzCebSmDwxnnquenj-jhHitL7SY2ZBHIOovxsDKQmOU-OMluUXnr4S7eitYvB4ritq1gl3vt1j6FjoBiI4/s320/c+lcsc.png" width="320" /></a></div>
<span style="background-color: #999999; color: white;">Correm em movimentos constantes</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">As cascatas urbanas,</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">comummente “escadas rolantes”,</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">sim, é assim que lhes chamas.</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">De coração apenas mecânico:</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">Sem sentimento e cor.</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">Imagine-se pois o pânico</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">De não puderem sentir amor.</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">Correm em direções opostas:</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">Uma sobe, a outra desce.</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">Pisa-las e nem te importas,</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">Nem isso te entristece.</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">Mal sentem a luz do dia,</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">Enclausuradas na terra escura.</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">Deve ser grande a agonia,</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">Deve doer cada pisadura.</span><br />
<br /><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">Porém, elas não param de transportar</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">Diferentes raças, idades e culturas.</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">E sem que tenhas tempo de pensar</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<span style="background-color: #999999; color: white;">Carregam também as tuas amarguras.</span><br />
<br /><span style="background-color: #999999; color: white;"></span><br />
<div style="text-align: right;">
<span style="background-color: #999999; color: white;">Sílvia Gonçalves</span></div>
<span style="background-color: white;"><br /></span>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-56816874295950174422012-04-05T19:12:00.000+01:002012-04-05T19:13:43.118+01:00<span style="font-family:georgia;color:#ffffff;">Lido eficazmente<br />Com o nada<br />Que não é vazio, afinal.<br />No romper da aurora,<br />Da madrugada,<br />Angario reticências,<br />Descarto o ponto final.<br /><br />Sou destra de natureza<br />Mas venturas já padeci,<br />Que me surgiram pela esquerda indefesa.<br />Foram breves e arrepiantes<br />(Esses instantes)<br />Que já sofri.<br /><br /><br />Sílvia Gonçalves </span>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-4476110637656645892012-02-13T10:26:00.002+00:002012-02-13T10:27:10.382+00:00O casaco verde<span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">O casaco verde estava pendurado no fogão, na cozinha. Foi meu. Depois, usou-o a minha mãe porque me ficava ligeiramente comprido. Depois, começou a ficar-lhe apertado e comecei a usá-lo novamente. Eu, mãe, eu. Ela deu-me à luz, eu estou a ser efetivamente eu agora, um dia cuidarei dela. Papéis/empréstimos de um casaco que se trocam e entrecruzam. O dito casaco verde fez lembrar-me alguém que o to...cou diversas vezes, alguém cujo nome nem ouso referir, foi um alguém. Pronto, já passou. Mas o casaco, porém, permanece e insiste em lembrar-me desse alguém que o tocou e que, consequentemente fez parte do seu tecido verde. Na verdade, ele não é apenas verde: possui também riscas azuis, laranjas, brancas e azuis novamente, e laranjas, e brancas…possui um padrão de riscas, pronto. Mas, na sua maioria, é efetivamente verde. A minha vida também era efetivamente de uma cor: vermelha. Sim, possuía algumas riscas também (as vidas nunca são nítidas, nunca possuem apenas uma única cor). Hoje talvez viva sobra um arco-íris, não possuo, de forma alguma, uma única cor. Talvez viva com mais incertezas, menos segurança, mais dúvidas de percurso mas também mais ousadácia (ousadia + audácia), esperanças e horizontes possíveis. Sinto que sou do mundo e não de alguém: sensação boa de se experimentar.</span><br /><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;"></span><br /><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Sílvia Gonçalves</span>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-9258958968634753622012-02-13T10:25:00.002+00:002012-02-13T10:25:57.501+00:00Pisar vidas<span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Nós podemos pisar vidas, literalmente. Não me refiro, portanto, ao pisar metafórico que alberga uma segunda e má intenção. Exemplificando, não me refiro ao pisar alguém com uma palavra arrogante ou com uma batota num jogo qualquer. Refiro-me a esta cena que observei: uma jovem caminhando na rua tem de escolher onde colocar os pés para não pisar um magote de pombas que, despreocupadas, não se desvi...avam do caminho. Ora, sendo as pombas dotadas de vida, a jovem teve a necessidade de desviar-se delas para não as pisar. Normalmente damos passos descontraídos sem olhar para o local exato onde a sola do sapato se irá apoiar. Neste caso em particular, surgiu a urgência de, meticulosamente, selecionar os espaços do solo a ser pisados. Doutro modo, aquela jovem pisaria vida.</span><br /><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;"></span><br /><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Sílvia Gonçalves</span>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-7509855508549935852012-02-13T10:23:00.000+00:002012-02-13T10:25:01.592+00:00Divisões<span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Os érons dividem-se em eras...as eras dividem-se em períodos...os períodos dividem o tempo...o tempo divide as pessoas...as pessoas dividem os sentimentos...os sentimentos dividem as emoções...as emoções dividem as lágrimas e as lágrimas dividem a saudade.</span><br /><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;"></span><br /><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Sílvia Gonçalves</span>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-30181374832673949352012-02-13T10:22:00.000+00:002012-02-13T10:23:06.176+00:00<span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Pela porta semiaberta vislumbrei as faíscas do serralheiro, da sua profissão, da sua arte, da sua vida. As faíscas saídas da rebarbadora incidiam sobre ele, fundiam-se com ele do mesmo modo que um filho dá a mão ao pai. No fundo, aquele serralheiro é o pai daqueles feixes de lume que impressionam todos, menos a quem as produz. São já partes da sua vida, como os dedos o são das mãos. Porém, quem nã...o está habituado a tal oficio comtempla este fenómeno de faíscas incandescentes como algo com uma certa perigosidade, algo que está na margem, que pode ferir, que provém de uma máquina e as máquinas são perigosas. Traem os sentidos! O que produzem é exatamente o mesmo que ingeriram. Nós, pessoas, não somos assim: o que produzimos nunca é igual ao que deixamos entrar, fluir e cultivar-se em nós.Hoje, ao ver aquele serralheiro, vi o perigo e a naturalidade, a mera reprodução e a fiel representação, senti interpretações e preguiças de pensamento (a tal mera reprodução)…somos veias e artérias mas também ferros e arestas que se prolongam em nós; somos fios de cabelo e olhar baço e atento mas também passos adormecidos num calçado qualquer; somos o tudo e o nada mas continuamos sendo…</span><br /><span style="font-family:Times New Roman;color:#ffffff;"></span><br /><span style="font-family:Times New Roman;color:#ffffff;">Sílvia Gonçalves </span>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-7244858830944061172012-02-13T10:20:00.001+00:002012-02-13T10:23:38.739+00:00Retroceder<span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:times new roman;">Por vezes saberia mesmo bem voltar a ter 6 anos...ter os "crescidos" a perguntar: De quem és filha? (e não perceber que essa curiosidade não era genuina, ocultava interesses que eu desconhecia)...ajudar o meu irmão a ir aos ninhos (sem ter ainda bem a noção de que tal perturbava aquilo que hoje sei ser "o ciclo da vida"...por falar em ciclo da vida, tenho saudades do "Hakuna matata", viver a vida ...sem preocupações e esquecer os problemas...problemas? O que seria isso?!...saudades ainda de passar horas a olhar para o nada e ver tanto mas tanto (felizmente isso ainda hoje preservo)...de brincar com a água, algo apenas transparente e cuja sensação é molhada, mas que na altura dava para brincar...de fazer das espigas de milho microfones que ecoavam as melodias que ouvia na televisão...televisão: os meus desenhos animados, os da minha geração, eram bons (nada destas lutas de robots de agora cujo nome nem sei especificar)...saudades de tanto que afinal vejo ser tão pouco relativamente ao futuro que ambiciono...mas seguramente será sempre o meu maior tesouro!</span><br /><span style="font-family:times new roman;"></span><br /><span style="font-family:times new roman;">Sem esquecer os aviões de papel que, mesmo mal "fabricados", voavam sempre, nem que fosse através das asas da imaginação...</span></span><br /><span style="font-family:Times New Roman;color:#ffffff;"></span><br /><span style="font-family:Times New Roman;color:#ffffff;">Sílvia Gonçalves</span>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-66391656867216830212011-10-29T20:37:00.000+01:002011-10-29T20:38:01.954+01:00<span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Porque tudo não passou de um mistério. E o passado pode nunca ser revelado. Pode ser um mar de traições ou de ilusões. De vontades veladas e sonhos incertos. Riquezas apagadas e migalhas de esperança. Nunca chegamos a saber realmente o que os outros pensam face ao dilúvio de um olhar sincero. A incerteza faz parte, embora doa como quem anseia ouvir o tilintar dos talheres que precede o jantar: o conforto, e não pode.</span><br /><span style="font-family:Times New Roman;color:#ffffff;"></span><br /><span style="font-family:Times New Roman;color:#ffffff;">Sílvia Gonçalves</span>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-12411394332640544332011-09-18T12:39:00.000+01:002011-09-18T12:40:49.676+01:00<div align="center"><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Uma fragata ancorada na minha paciência.<br />Não me incomodo com nada,<br />Nem com a tua suprema ausência.<br /><br />O chuveiro caído no chão<br />Ainda vertendo algumas gotas:<br />As lágrimas do coração.<br /><br />Um esvoaçar de sentidos<br />Não mais aprisionados,<br />Jamais acometidos.<br /><br />Sílvia Gonçalves </span></div>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-32066070722972801262011-09-14T22:44:00.001+01:002011-09-14T22:46:44.159+01:00Imortalidade distraída<div align="center"><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Imortalidade distraída<br />Com a vida de ninguém<br />Por quem estás atraída?<br />Quem te mantém refém?<br /><br />A tua função é importante.<br />Desperta novamente!<br />Faz o teu trabalho dilacerante:<br />O de manter vivo toda a gente.<br /><br />Não fiques esquecida, neste Inverno<br />De corações frios e magoados.<br />Faz com que o amor seja eterno!<br />Não interrompas os fados.<br /><br />Cumpre o teu dever,<br />A missão que te assiste.<br />Não deixes ninguém morrer<br />Nem o mundo ficar triste.<br /><br />Sílvia Gonçalves </span></div>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-28158131871350794452011-09-09T20:16:00.001+01:002011-09-09T20:19:13.523+01:00Noite atribulada<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj44Fk_OPrzxnaou9AfiynknQIPH-2MdeiVrcoy-NKUDkTsT0rZUjkFUE4X7X7EvKegolauI_FlKR4QWgCxFItABvur-g5_Xi25Oy3PnzK1TZFVRzwXDYhxv8oZ1W8-GJfdlgIrTfrj1I4/s1600/image.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5650441374394802706" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj44Fk_OPrzxnaou9AfiynknQIPH-2MdeiVrcoy-NKUDkTsT0rZUjkFUE4X7X7EvKegolauI_FlKR4QWgCxFItABvur-g5_Xi25Oy3PnzK1TZFVRzwXDYhxv8oZ1W8-GJfdlgIrTfrj1I4/s320/image.jpg" /></a><br /><br /><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Os vidros ficaram partidos<br />Naquele chão desfeito.<br />Embriagaste os sentidos<br />Adormecendo no leito.<br /><br />Quando a manha tímida surgiu<br />Acordaste para o mundo,<br />Apenas o odor sumiu<br />Nas ruas onde sucumbo.<br /><br />Paira um frenesim agreste<br />Que esvoaça no ar.<br />Nem o meu nome soubeste<br />Naquela noite, ao luar.<br /><br />Foi um adeus perpétuo e misterioso<br />Que nem rosas deixou.<br />A recordação do momento majestoso<br />Foi tudo o que restou.<br /><br />Sílvia Gonçalves<br /><br /><br /></span></div>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-81193926628897250412011-09-09T10:06:00.000+01:002011-09-09T10:09:04.517+01:00Tamanhos do coração<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgb4mrFroin0C6i9UsIpcv7rxf8unoKKyUk189jlGUJcmyBnHLY4KUeZ939CbKCltzztMVCOOwUUAczHa3Vctn2NLDcLip9jE9wqvhjejLkdfusahRMt2tD5xhCvS0ubXeZLCyIB5dRx1w/s1600/HPIM2624.JPG"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 241px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5650284153451743522" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgb4mrFroin0C6i9UsIpcv7rxf8unoKKyUk189jlGUJcmyBnHLY4KUeZ939CbKCltzztMVCOOwUUAczHa3Vctn2NLDcLip9jE9wqvhjejLkdfusahRMt2tD5xhCvS0ubXeZLCyIB5dRx1w/s320/HPIM2624.JPG" /></a><br /><br /><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Rebolando sobre malmequeres<br />Tento congelar o tempo,<br />Esquecer-me do que queres,<br />Soltar a alma ao vento.<br /><br />Escutando a água do ribeiro<br />Tento parar a Terra (em vão)<br />Que gira o dia inteiro<br />Num movimento de translação.<br /><br />Só quando os pássaros calam<br />E o relvado fica sereno<br />Os pensamentos me abalam<br />E o coração fica pequeno.<br /><br />Prefiro flores a betão<br />E frutos verdes a maduros.<br />Quando volta a crescer o coração<br />Aí sim, estou em apuros.<br /><br />Sílvia Gonçalves </span>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-52247165946560505462011-08-19T23:46:00.000+01:002011-08-19T23:47:33.799+01:00<span class="Apple-style-span" >Em todo este mundo
<br />Encontro locais suspensos
<br />Aos quais não pertenço.
<br />Mesmo assim tu insistias,
<br />Quebrando as minhas poesias.
<br />Propago um suspiro profundo
<br />Ao avistar rostos tensos
<br />Quando perco, quando venço.
<br />Todos os teus enormes estragos
<br />Enredam os meus versos velados.
<br />Quando falo, quando penso…
<br /></span><div><span class="Apple-style-span" >
<br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" >Sílvia Gonçalves</span></div>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-54869960270604883192011-08-16T14:59:00.001+01:002011-08-16T15:02:02.694+01:00<span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Quando as estrelas começam a brilhar, a noite abre os olhos e observa o mundo com mais facilidade. Vislumbra os vales e as montanhas, restaurando a paz a cada lugar. Observa os rios e o Oceano, as praias e os prados, distribuindo calma a cada recanto.
<br />Acontece, por vezes, cometer pequenos erros como dar as boas-vindas ao Verão antes de ter tido lugar a Primavera. Porém, quando lacunas dessas sucedem, o dia auxilia-a. Este último, apesar de não possuir estrelas que o iluminem, vê ainda melhor tudo o que acontece comparativamente à noite. Possui o sol.
<br />A Natureza foi meticulosamente pensada e carinhosamente concebida.
<br />Quando os camponeses tocam guitarra em torno das fogueiras é a noite que os escuta. Mas quando os pássaros chilreiam pela manhã é o dia que os ouve. Nisto vejo igualdade e justiça.
<br />A lua está rodeada por estrelas e o sol por nuvens. A isto chamo companheirismo.
<br />A noite sente o cheiro da terra adormecida e o dia sente o odor da terra erguer-se do seu sono profundo, o que revela o desfrutar os prazeres da vida.
<br />Tanto num cenário nocturno como num diurno paira a vida que acontece, a magia da sucessão das horas…
<br />Em cada noite nasce, pelo menos, uma vida. Em cada manhã há quem acorde com alguém do lado. Precisamos uns dos outros.
<br />No mesmo minuto em que gira a roda de uma cadeira de rodas gira a roda de um moinho. E, no mesmo momento em que alguém deixa cair uma lágrima, há uma folha de árvore que transpira uma gota de orvalho. Trata-se de instantes coincidentes e ignorantes.
<br /><span style="color:#ffffff;">O nevoeiro que povoa as serras pretende ocultar a beleza das mesmas, esquecendo-se que, quando os raios de sol incidem sobre ele a sua luz, o cenário se torna ainda mais belo. É invejoso e avarento o nevoeiro ao querer guardar só para si cenário tão deslumbrante. Quando temos algo ou alguém valioso na nossa vida não devemos ocultá-lo. Devemos antes partilhá-lo com o mundo porque não somos donos de nada, mas apenas espectadores e meros acompanhantes. Tentar prender e/ou esconder um ser livre é dos maiores crimes que se podem cometer.
<br />Por vezes, tento esquecer-me das coisas. Esquecer-me de mim mesma, até. Só para poder olhar tudo o que me rodeia de modo inocente, com genuína destreza. Com mais simplicidade.
<br />Sempre que recuo o meu andar pretendo bloquear os sentidos e registar apenas um determinado momento temporal que, por algum motivo, mereceu a minha melhor atenção. Às vezes permaneço imóvel, outras </span></span>
<br /><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">deambulo nem que seja com o pensamento.</span>
<br /><span style="font-family:Times New Roman;color:#ffffff;"></span>
<br /><span style="font-family:Times New Roman;color:#ffffff;">Sílvia Gonçalves</span>
<br />Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-68193479214925548422011-07-15T22:15:00.001+01:002011-07-15T22:21:33.141+01:00Pesca Dor<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJSZ7utGGRe2VGDTjOJpl-gY7_u4vRjW8zURF0H3ab-d2sA151Z_g1pwIFM50YDkvybF4hz4kkCw4kv9eKS5g_9KYiDFJk6w8cv4jqarnoUgvolFoVqECo9HesAkWAE3EgZWjCdOhcFqg/s1600/pescador.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 263px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5629690826982787682" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJSZ7utGGRe2VGDTjOJpl-gY7_u4vRjW8zURF0H3ab-d2sA151Z_g1pwIFM50YDkvybF4hz4kkCw4kv9eKS5g_9KYiDFJk6w8cv4jqarnoUgvolFoVqECo9HesAkWAE3EgZWjCdOhcFqg/s320/pescador.jpg" /></a><br /><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Não vás ao rio só hoje, temível pescador. Não queimes mais a cicatriz do rosto com este sol escaldante. Fica, vive, admira, contempla, aproveita, renasce! Nem só de trabalho vive o homem…<br />Cria laços para além do mar. Não fiques a imaginar sereias quando podes ter mulheres de verdade. Arruma as redes e deixa os peixes no Oceano. Veste a tua melhor camisa e vai jantar fora. Conhece pessoas, ri, bebe, dança. É tão bom dançar! Aposto que até hoje nunca dançaste (balançar no barco com a agitação da maré não conta).<br />Faz-te à vida antes que ela se faça a ti e te trame. Cria o teu fado e conhece as pessoas certas para ti. Convém que seja gente humilde e sincera, dedicada e afável.<br />Um dia podes até construir uma casa, quem sabe. Não é necessário queimares a tua velha cabana, podes voltar lá de vez em quando, para sentires o que realmente é o conforto e o quanto estavas a perder.<br /><br />Olha pescador, esquece tudo o que disse. Perdoa ter-me intrometido na vida que é tua, apenas tua. Sê feliz ao teu jeito, mesmo que isso implique apenas o mar, redes e um barco. Cada um sabe de si…<br /><br /><br />Moral da história: por vezes queremos tanto bem aos outros que nos esquecemos de ver que o nosso bem pode não ser o bem deles. Podemos não seguir os demais, nem concordar com as suas trajectórias mas temos de os respeitar!<br /><br />Sílvia Gonçalves </span>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-5388468234979697152011-07-15T22:04:00.001+01:002011-07-15T22:06:41.665+01:00Bailarina<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgbiF112rK-7IfbkEuEP9MPjHH5EyERbHMbtmNPkmsXyYhPbfTtA63HjptfxhoMnNCNZQA4yAuYEgEkDy3mtyluZqFnRwyfZ3dp5XjWrMQY0igiyGniQjXel_Qy2ie5E9iriqGsbFwG30/s1600/bailarina.bmp"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 228px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5629688070564950466" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgbiF112rK-7IfbkEuEP9MPjHH5EyERbHMbtmNPkmsXyYhPbfTtA63HjptfxhoMnNCNZQA4yAuYEgEkDy3mtyluZqFnRwyfZ3dp5XjWrMQY0igiyGniQjXel_Qy2ie5E9iriqGsbFwG30/s320/bailarina.bmp" /></a><br /><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Linda bailarina, dança.<br />Rodopia no palco que é teu.<br />Faz girar essa trança<br />Saltitando até ao céu.<br />A flauta já está a entoar<br />As mais doces melodias,<br />Que te farão dançar<br />Todos os dias.<br />Segue em frente<br />E dá passos de princesa,<br />Com o este sol poente<br />Que ilumina a tua destreza.<br />Cria uns ritmos só teus<br />Não permitas o intrometimento<br />De olhos alheios aos teus<br />Que te causem sofrimento.<br /><br />Sílvia Gonçalves </span></div>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-16288479179781428342011-07-15T21:54:00.000+01:002011-07-15T21:56:13.472+01:00Teatro !?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieTZFnpC0McAzTuI6NbOe2yJEM9KHesLK3b6QztsztL0HWcV0Zr0imp6eQz_bH7B93e95enlNCiWFmExyjrnGtVNw1h9wbUdN2F5cWuIa4_fFRmWt9pp14UDetf4WxfqaKfoo285e5j5c/s1600/palco-de-teatro-2%255B1%255D.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 232px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5629685527713008818" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieTZFnpC0McAzTuI6NbOe2yJEM9KHesLK3b6QztsztL0HWcV0Zr0imp6eQz_bH7B93e95enlNCiWFmExyjrnGtVNw1h9wbUdN2F5cWuIa4_fFRmWt9pp14UDetf4WxfqaKfoo285e5j5c/s320/palco-de-teatro-2%255B1%255D.jpg" /></a><br /><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Suspanse.<br />As cortinas abrem.<br />A agitação da plateia faz vibrar os candelabros.<br />Com os diabos!<br />A actriz está morta,<br />O cenário desfeito<br />E o pobre ensaiador com uma flecha cravada no peito.<br />Tenham respeito!<br />Todas as vozes gritam,<br />Apenas uma suspira. Será a culpada?<br />A que manobrou a espada e o arco de flechas.<br />Não sejam lamechas!<br />Isto é apenas teatro, farsa, enganação.<br />Gemidos, lamurias e pregações.<br />É apenas o talento da imaginação<br />Acompanhado de cenas, actos e canções.<br /><br />Sílvia Gonçalves<br /></span>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-56249561929714542632011-07-15T20:54:00.001+01:002011-07-15T20:56:58.988+01:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7UGHeo-WhduPtYfTz2guQkRFhohLNq-V2Tcs9pZDKHj7b5J05Bl01kgZ3uIRkhtKoP5KI83_LO0K7OkQv841EqROZ_QpMjY0-02M2GfiKs5gB93PpSB9oYIleega_1e1x84q7n9wXBes/s1600/7387cavalos.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5629670412860412290" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7UGHeo-WhduPtYfTz2guQkRFhohLNq-V2Tcs9pZDKHj7b5J05Bl01kgZ3uIRkhtKoP5KI83_LO0K7OkQv841EqROZ_QpMjY0-02M2GfiKs5gB93PpSB9oYIleega_1e1x84q7n9wXBes/s320/7387cavalos.jpg" /></a><br /><br /><div align="center"><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Cavalgando incertezas<br />Sob montanhas de ilusão<br />Lanço-me nas profundezas<br />Da lava ardente de um vulcão.<br />Eu sei bem que quero ir.<br />Tenho essa convicção.<br />Cavalgar sem partir<br />Mas partir-te o coração.<br />Há loucuras que afastam<br />E fazem tremer o mar,<br />Provocam ondas que desgastam<br />O doce verbo amar.<br /><br />Sílvia Gonçalves </span></div>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-18827789260059503942011-06-13T21:23:00.002+01:002011-06-13T21:27:18.490+01:00Pensar custa<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlQ7ptaZ2u2fR8lmICM-KUgteXqjCiWy1QyLbGcCfnPQIk5oYkkOjATCkpw7InHEhyTf_oq5YYfx3yOlQReeQzMmZhVL5pDmd4owfTcvxDhIQTIHhVkcMebRXEPGShXt2sEMKW7fumSHc/s1600/Rodrigom_pensar.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 230px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5617802983291435202" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlQ7ptaZ2u2fR8lmICM-KUgteXqjCiWy1QyLbGcCfnPQIk5oYkkOjATCkpw7InHEhyTf_oq5YYfx3yOlQReeQzMmZhVL5pDmd4owfTcvxDhIQTIHhVkcMebRXEPGShXt2sEMKW7fumSHc/s320/Rodrigom_pensar.jpg" /></a><br /><br /><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Um silêncio moroso. Uma mão estendida. Um grão de areia dentro do sapato que incomoda, magoa, chega a irritar. Proveio da erosão do teu pensamento, porque era Verão. No Inverno, encontras flocos de neve nas mangas do casaco, que derretem e não dás pela sua presença. Resultam do descongelamento da tua ilusão.<br />Conclusão: imaginar não custa; pensar desgasta, consome, chega a corromper…incomoda. </span><br /><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;"></span><br /><span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Sílvia Gonçalves</span>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7175128742212086627.post-5851196791499074952011-04-21T23:53:00.000+01:002011-04-21T23:54:57.816+01:00(Não)Aguento mais<span style="font-family:times new roman;color:#ffffff;">Deambulo naquela ponte de madeira com buracos do tempo e ventos do infinito que quase me fazem cair. Mas aguento um pouco mais.<br />Salto para a relva molhada do orvalho e escorregadia do pólen mas mantenho-me firme ao chão. Aguento um pouco mais.<br />Vou pela rua que chove com um chapéu que voa mas a chuva não me molha. Eu aguento mais.<br />Corro num prado deserto a fugir de lobos que me cercam mas não me prendem. Aguento ainda mais.<br />Atravesso uma auto-estrada sem olhar mas os carros não me atingem. Aguento mais e mais.<br />Dou passos cautelosos, medindo as esquinas estreitas e o ar envolvente e cai sobre mim uma árvore. Não aguento mais.<br /><br />Sílvia Gonçalves </span>Rosa Negrahttp://www.blogger.com/profile/06161965413997912483noreply@blogger.com1