sábado, 10 de outubro de 2009

Rasgos na alma


Existem espaçamentos temporais
Que me corrompem a alma.
São intervalos irreais
Que me retiram paz e calma.


Vão rasgando o pensamento
E enganando a razão.
Duram um breve momento,
Nem chegam ao coração.

São amnésias,
Sem o ser.
Meras falésias
Que tenho de percorrer.

São instantes apurados,
Que rebolam sem parar
Como segredos amargos,
Que nunca sei escutar.

Sílvia Gonçalves

domingo, 4 de outubro de 2009

Recordação breve


Longos,
São longos os teus cabelos.
Tens uns lábios cor-de-rosas.
Albergas imensos segredos
No seio das tuas prosas.

Com a guitarra nos braços
Compões a música do momento.
Livre de desembaraços
Ditas as tuas leis, o teu tempo.

Os teus olhos ainda não captei.
A distância é traiçoeira.
Mas se são como sonhei,
São cor de laranjeira.

Eu sei lá se me conheces,
Se sabes ou não quem sou.
No seio das tuas preces
Certamente que não estou.

Nem o teu nome sei.
Pouca diferença faz.
Agora que te recordei
Não permitirei que te vás.

Sílvia Gonçalves