sábado, 11 de julho de 2009

Carta desviada

Olá
Meu grande amor!
Escrevo-te para dizer
Múltiplas coisas que sinto.
O meu coração já está a aquecer,
Sabes que não minto
E só agora comecei a escrever.
Mas o que dizer por palavras?
Coisas que nem o coração
Consegue alcançar.
Não da para transmitir por quadras
Nem através das ondas do mar.
São sentimentos profundos,
Que quebram as defesas
Do vazio
E atravessam diversos mundos,
Perpassam fortalezas,
Nadam no rio.
Coisas que me tornam
Tão pequena.
Coisas que transbordam
Da minha alma serena.
Não cabes dentro de mim
E eu dentro de ti não estou
Como poderei viver assim?
Quando pequena já não sou.

Sílvia Gonçalves

Porque há coisas que nunca se esquecem...


Porque há coisas que o tempo não apaga, o vento não leva e o coração não esquece, é chegado o momento de postar algo dedicado a uma grande amiga e prima! Espero, com isto, retribuir o teu acróstico :)
Para quem não a conhece, este poema será exclusivamente dedicado a uma prima muito especial que começava as cartas de infância deste modo: “já sei, a carta é enorme. Bem, só espero que quando acabares de ler ainda te lembres do início.” ou então assim: “ esta carta é um bocado meia toda ridícula mas é a minha mais melhor boa preferida.”
Parece estranha? Isto ainda não é nada :)
Mas o certo é que são as pessoas invulgares que mais relembramos…

Danni, o meu poema para ti aqui vai:

Era uma vez:
Duas crianças
Que, contando até três,
Desembrulhavam esperanças.

Tinham no seu ser
Uma alegria sem fim.
Apenas queriam viver
Como flores de um jardim.

Brincadeiras, travessuras…
Sempre unidas,
Vivendo aventuras
Desmedidas.

Desde as anedotas,
Passando pelas partidas
Ocultas atrás de portas
Ou de roupas escondidas.

Livres, soltas, sonhadoras,
O mundo era o nosso lar.
Sem leis, espaços nem horas
Era sempre tempo de brincar!

Sílvia Gonçalves