quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A fúria de um dia


Hoje estou tão revoltada
Que vou atirar as palavras ao papel.
Não me importa mais nada!
Que raiva tão dura e cruel.

Quero que as letras se agitem
Como agitada tenho a alma.
E que todos os astros coabitem
O espaço deste meu trauma.

Ai, se eu pudesse explodir!
Libertaria este furor.
Que inquietude estou a sentir.
Apertam-me paredes de horror.

Venham mil pratos
para partir.
Como se fossem retratos
Onde não estou a sorrir.

Há dias mesmo difíceis de lidar.
Dias em que o amanhã demora.
E em que só para contrariar
A tormenta não vai embora.

Mas existe um barco no escuro
Pronto para me guiar
Ao sitio onde o barulho
Provem das ondas do mar.

Sílvia Gonçalves