domingo, 13 de setembro de 2009

Nova era


Folhas arrastadas pela brisa
Numa era ocasional.
Ficam jornais pelo chão
Sem notícias piedosas.
O tempo não é opcional.
O tic-tac dita que horas são.
São idades tenebrosas.
Parece um velho casario
De rugas fundas.
Sofás de pó.
Com alcatifas cor de lã.
Soltam-se vozes de tumbas.
Toda a aldeia expira dó.
Houve-se no charco uma rã.



Eis que vem a nova era!
Com flores e princesas.
É chegada a primavera.
Acabam-se os tempos de tristezas.
Num unicórnio dourado
Vem um homem valente.
Que conduz seu próprio fado
Com um olhar doce e carente.
Atravessou vales e montanhas
Para à princesa chegar.
Rompeu suas próprias entranhas
Para a poder beijar.



Eis que volta a nova era!
Tempo de escuridão.
Já se foi a primavera
E os amores já se lá vão.



Mas a esperança é reinante!
Virão muitas mais eras.
O amor é uma constante
E o resto são primaveras.

Sílvia Gonçalves