quinta-feira, 3 de junho de 2010

Versos desemparelhados



Reconhecer que uma lagoa
Certamente, pode verter
Não nos faz andar à toa
Pois é fácil de perceber.

Os amores não se comparam
E as luas mudam de fase.
As ilusões não amparam
Uma memória que Jaze.

São picos de rosas
Os dissabores que ocorrem
E por entre todas as prosas
Os pensamentos não morrem.

Tem formas o que hoje sinto
E não as conto a ninguém
Porque giram num labirinto
Do qual eu sou refém.

Folhas sacudidas pelo vento
São paisagem divinal
Que evocam todo o sentimento
Terreno ou celestial.

Sílvia Gonçalves