sábado, 13 de fevereiro de 2010
O nosso momento
Numa noite, dançamos apertados
Passos descompassados,
Era pura paixão.
E, sorrindo,
Fizeste parar o tempo,
Num doce movimento
Que quase me emocionou.
E dançamos pela noite fora
Até a hora de ir embora
Como um real casal.
E tu viste, o meu ser mais profundo
Deste-me a volta ao mundo
E apertaste-me junto a ti.
E as ondas,
Quebraram nessa noite.
O teu corpo dói-te
Por estar tão junto ao meu.
Paraste. Apertaste-me contra o peito
Fizeste de mim teu leito
Mas que momento especial.
E um beijo solta-se de qualquer jeito
Foi um beijo imperfeito
Não era para acontecer.
E assim, calados olhamos a lua
Com a alma toda nua.
Foi o nosso viver.
Sílvia Gonçalves
Versos soltos
Era um rio a arder
Onde as algas fumegavam
E, no espaço do meu ser,
Os teus olhos flutuavam.
Era, realmente, tormenta
Que agitava a água da nascente.
O que importa é a vida breve e sedenta,
Não faz mal não ser para sempre.
Atravessando a ponte
Fui ao outro lado,
Subi o cume do monte
Num paço largo e ponderado.
Não me dou por satisfeita.
Um romance igual
É a mais triste receita,
O pior vinco do mal.
Falas pouco
Mas quando falas, marcas.
O meu coração? Dou-to.
Não é relevante o que com ele faças.
Sílvia Gonçalves
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