Se fosse hoje, não o escreveria da mesma forma. Aliás, ainda ponderei fazer-lhe algumas alterações mas, posteriormente, abandonei essa hipótese. Se foi isto que senti, na altura, não faz sentido mudá-lo.
As pessoas crescem mas as palavras ficam…
Olhar o infinito
Sentir multidões
Soltar um grito
Repleto de emoções.
Olhar um oceano
Sem o mar alcançar
Fazer de tudo um engano
Para nada ter de desvendar.
Olhar o fogo apagado
E o gelo escaldante
Um sofrimento amargurado
Num silêncio falante.
Olhar e não ver
Tornar real o imaginário
Querer e não ter
É esta a lei do contrário.
Olhar em frente
Receando o passado
Viver o presente
Esperando um futuro calado.
Olhar o deserto
E uma estrela incandescente
Estar perto
Mesmo estando ausente.
Olhar uma folha em branco
Escrita a tinta preta
Realçar o seu encanto
Com um lápis ou caneta.
Olhar uma rua
Reparar num candeeiro
Escutar uma alma nua
E um murmúrio alheio.
Olhar o mundo
Ambicionando o Universo
Ir da superfície ao fundo
Num pensamento disperso.
Olhar sorrindo
Adormecer chorando
Observar sentindo
Que alguém nos vai amando.
Olhar um vulcão
E na lava descobrir
A cor do coração
Que bate sem partir.
Olhar o sol
Sem reparar no céu
Compará-lo a um farol
Que por momentos foi meu.
Olhar o chão
De cabeça erguida
Tocando-lhe com a mão
Sem abrir qualquer ferida.
Olhar
E viver olhando
Sonhar
E viver sonhando.
Sílvia Gonçalves
Sentir multidões
Soltar um grito
Repleto de emoções.
Olhar um oceano
Sem o mar alcançar
Fazer de tudo um engano
Para nada ter de desvendar.
Olhar o fogo apagado
E o gelo escaldante
Um sofrimento amargurado
Num silêncio falante.
Olhar e não ver
Tornar real o imaginário
Querer e não ter
É esta a lei do contrário.
Olhar em frente
Receando o passado
Viver o presente
Esperando um futuro calado.
Olhar o deserto
E uma estrela incandescente
Estar perto
Mesmo estando ausente.
Olhar uma folha em branco
Escrita a tinta preta
Realçar o seu encanto
Com um lápis ou caneta.
Olhar uma rua
Reparar num candeeiro
Escutar uma alma nua
E um murmúrio alheio.
Olhar o mundo
Ambicionando o Universo
Ir da superfície ao fundo
Num pensamento disperso.
Olhar sorrindo
Adormecer chorando
Observar sentindo
Que alguém nos vai amando.
Olhar um vulcão
E na lava descobrir
A cor do coração
Que bate sem partir.
Olhar o sol
Sem reparar no céu
Compará-lo a um farol
Que por momentos foi meu.
Olhar o chão
De cabeça erguida
Tocando-lhe com a mão
Sem abrir qualquer ferida.
Olhar
E viver olhando
Sonhar
E viver sonhando.
Sílvia Gonçalves