Este poema foi escrito há uns aninhos atrás...como tal, está repleto de sentimentos que já não sinto...é interessante ver como estes estão em constante mutação...o que senti ontem não é o que hoje sinto e será diferente do que vou sentir amanhã....
Amar é ter um jardim
E querer apenas uma flor.
Amar é o que és para mim
E assim se vive o amor.
Temos todo o mundo
Mas falta sempre alguém,
Que nos acalme e abrace
E que nos ame também.
Amar é sentir, de repente
Essa tua pele quente.
É sentir falta,
É chorar.
É subir uma montanha
Só pelo prazer de a escalar.
És um oceano
Liberto do mar,
Que de mim está perto
Mesmo se estando a afastar.
Por entre noites
Solitárias,
Angustiantes,
Sinto sempre uma presença,
Uma alma que se esconde.
Amar é quem pensa
Levantar-se sempre,
Ainda que tombe.
Nos caminhos vazios do infinito
Por vezes, solta-se o grito
Que nos diz o que realmente é amar.
E os sentimentos desprendem-se, a flutuar.
E como a ínfima migalha de pão
Tem o seu valor,
Tu vales para o meu coração
E assim se vive o amor.
Sílvia Gonçalves