sábado, 17 de janeiro de 2009

Telhados de vidro


Desde o dia em que nasci
Que muitas coisas
Não me pareciam leais.
Inicialmente, nem as compreendi.
Depois, tornaram-se mais reais.
Eram coisas que amargavam,
Ou que não tinham sabor algum.
Descobri pessoas que enganavam,
Outras que maltratavam
E as que feriam todos, um a um.
Comecei a crescer
E depressa constatei
Que ninguém me iria oferecer
Tudo o que já dei.
Cheguei à triste conclusão,
Que nem todos se parecem comigo.
Existem os que têm bom coração
Mas também os que apenas têm,
Um telhado de vidro.

Sílvia Gonçalves