terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Sem ser, vais sendo


Amava viver nas árvores

E sentir o teu respirar.

Ver o vapor das águas

E reflectir-te no luar.

Com cuidado,

Subiria os troncos

Para ter-te a meu lado,

Nestes caminhos longos.

É tão grande a magia

Que me oculta os teus passos.

O que apenas queria

Era cair nos teus braços.

Se nuvens tentassem impedir

A tua boca olhar,

Eu mergulhava sem emergir

Preferindo me afogar.

Contornando a altura

Sem vertigens atingir

É chegada a altura

De te pedir para partir.

Não caias no nevoeiro

Faz-me um único sinal

Capaz de parar o mundo inteiro.

Este é o meu amor fatal.

Sílvia Gonçalves