sábado, 5 de setembro de 2009

Trago-vos no peito


Hoje fui a um funeral. Não importa de quem. Não importa onde. Fui.
Não vou entrar em reflexões sobre a morte nem sobre a vida, nem sobre ambas. Seria entrar num ciclo de onde não me atreveria a sair.
Vou antes testemunhar aqui o que sinto por todos aqueles que amo. Porque amanhã pode ser tarde de mais. E eu não sei se existe mesmo outra vida. E também não sei se a morte é a porta para a vida eterna. Eu sou uma ignorante. Sou uma ignorante com sentimentos profundos que me fariam dar a vida por certas pessoas, apesar de todas estas dúvidas.
As pessoas por quem nutro o maior amor do mundo são, sem dúvida, os meus pais. É inexplicável transmitir o que por eles sinto.
Toda a restante família também tem um marco de extrema importância no meu coração.
Quanto aos amigos. São poucos mas os melhores de sempre. Pensar em tudo que já vivemos juntos é celebrar a verdadeira amizade.
Depois vêm todas aquelas pessoas que nem sabem que as trago no peito mas que faço questão de as trazer do mesmo modo: professores, vizinhos, idosos, crianças, incapacitados, pessoas que nem sei quem são mas de quem gosto... Porque há rostos que retenho por albergarem uma história comovente por trás.
E porque o amanhã é incerto achei por bem salientar que amo todos aqueles com os quais já contactei, embora de modos distintos.
Amanhã não sei mas hoje vivo por mim mas para todos vocês.
Sílvia Gonçalves