sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Tão suave.
Tão amargo.
És a chave
Da porta que trago…
Cativas e abandonas.
Temes por tanto temer.
E, assim, me pressionas
Mesmo sem saber.
É relutante este sentir
Que não pressupõe o erro.
Deixando apenas de insistir
Porque, instintivamente, tem medo.
Sílvia Gonçalves

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Os teus gestos,
A tua face,
O teu respirar,
Transformam-me as frases em versos.
Lançam-me num enlace
Do qual não me sei despegar.

Como apagar-te
Agora que te desenhei?
Como esquecer-te
Se ainda agora te recordei?

Quem atribui rosas ao amor
Deveria antes frisar
Que é pelos espinhos e pela dor
Que se costumam associar.

Sílvia Gonçalves