sábado, 15 de maio de 2010

Tarefa partilhada


A poesia é das coisas que me faz mais feliz.
Porém, a vida não é apenas feita de palavras, de versos e melodias. A vida é feita de pessoas! Por ti e para ti, Catarina Morais, mais conhecida por Michelle (Ca)Brito, a marine:


Existe uma dor adormecida
Que é ar, suspiro e respirar
E dá voltas em torno da vida
Aguardando um suave desabrochar.

Eis que te vejo surgir,
Lento e sem compassos de espera,
Num murmúrio de quem não quis fugir,
Optando construir uma nova era.

Relembro as palavras que ficaram
E mesmo as que ficaram por dizer.
Um tempo onde os amores findaram
E tudo o que vivemos só me fez sofrer.

É pó, sal, terra e luz
Tudo o que de nós parece restar.
Só uma coisa ainda me seduz
Que para mim vou guardar.

São frases soltas que ficam.
Os momentos, esses, hei-de apagar
Pois eles de mim abdicam.
Não é hora de recordar.

No fundo, tudo são desejos
De um passado que um dia sonhei.
Ficaram abraços e beijos,
Outrora ficou alguém que verdadeiramente amei!


Catarina Morais & Sílvia Gonçalves

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Só às vezes...



Só às vezes vale a pena.
Só às vezes ouço a tua voz.
Só às vezes importa referir.
Mudar o palco de cena.
Santos e heróis estão entre nós.
Só às vezes importa sorrir.


Só às vezes a música pára.
Só às vezes decoro o refrão.
Só às vezes sei como agir.
Olhar-te cara a cara,
Pegar-te na mão.
Só às vezes posso permitir.

Só às vezes o que resta volta.
Só às vezes me sei recompor.
Só às vezes procuro fugir.
Nem tudo me faz falta.
Escorro lágrimas e suor.
Só às vezes me apetece partir.

Sílvia Gonçalves

Naquela ponte



Naquela ponte,
Onde a lua se via
Fiz das artérias a fonte
Onde o teu corpo bebia.

Naquela ponte,
Onde andorinhas levavam barro
Até ao cimo do monte,
Acendeste mais um cigarro.

Naquela ponte metalizada,
Vendo barcos a passar
Ancorei-me como tua fada
E atirei-me até ao mar.

Sílvia Gonçalves

a 2007

Acolhera-nos aqui,
falaram de família
não percebi.
Até que a faculdade
se transformou em vontade.
já compreendi.
Esta casa de laranja
com o orgulho na lembrança,
que juntos os faz ir além.
Pois fa-nos descobrir
que a tradição é p'ra cumprir
e que mais do que nós somos um.
Vocês de capa traçada
mostram aquilo que um dia
queremos ser.
Com o preto, nossos ídolos,
levamos no pensamento
cada momento.
Chegou o dia de crescer
e caloiro deixar de ser.
O tempo não volta a trás.
Mas continuaremos a mostrar
seja a chorar ou a gritar
que temos mesmo orgulho em pertencer.
É o nosso orgulho
de diospiros a crescer
que nos ensinaram a ter.
E o vosso exemplo
vamos imortalizar.
Somos mais do que mil somos um.
E vamos manter
este modo de viver
e o laranja comigo trazer.
Nestas sessões de praxe,
onde tudo isto nasce.
Doutores: EU AMO VOCÊS!
2009

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Misticismo



Foi saltando
Até alcançar movimento.
Nesse teu corpo eu comando
Todo e mais algum pensamento.

Desviou-se da tormenta,
Acalentando o amanhecer,
Sendo uma pérola magenta
Duma cor qualquer.

Voltou ao mesmo refrão
Sem notar a altivez
Do seu pobre coração
Que bate de lés a lés.


Sílvia Gonçalves