terça-feira, 1 de setembro de 2009

Melodia do amor


Acordes tão breves,
Que deixo de ouvir
As palavras que queres
Que eu alcance a sorrir.


Então…

Aumentas a intensidade
Dessa tua melodia,
Que me faz ter vontade
De a ti chegar, um dia.

Porquê?

Não sei explicar o que sinto,
Mas não deixes de tocar
Essa sinfonia de céu limpo,
De raio de sol a brilhar.

Até quando?

Vais permitir-me ouvir sempre
As batidas do teu coração?
Não me soltes de repente.
Não me peças perdão.

Esperança…

Não sei como terminar
O que sinto por ti.
A tua melodia está a findar
E quase nem a ouvi.


Sílvia Gonçalves

Visitem o blog: http://rafaelabeleza.blogspot.com/

Trata-se de uma menina sonhadora que comporta magia e cor. É especial. Vai para lá das coisas imediatas, procurando o seu próprio significado em tudo que vê. Alegre mas com alguns restos de melancolia que a levam a divagar e a ESCREVER. É isto que nos aproxima!
Uma pessoa que vale mesmo a pena conhecer e que acredito que terá sorte na vida. Daquelas pessoas que olhamos e pensamos para nós: ela não é uma jovem igual a tantas outras. Ela tem potencial.
Responsável, fantasista, atenta e alheia a tudo é assim que te vejo Sónia Rafaela. E eu também aprendo contigo. Contagias com esses olhos enormes que explodem brilho e alegria mesmo tendo em conta as adversidades da vida. És uma guerreira! Contigo nunca haverá gente a caminhar sozinha pela vida.
Acredita em tudo que és e no que podes alcançar. Eu acredito e estarei sempre na primeira fila a apoiar-te.
Quanto à escrita, esvaia sempre tudo o que sentes ainda que te pareça estranho porque o que escrevemos são na mesma vocábulos com a simples diferença de nascerem da tinta e não da voz.
Tu vais muito longe, acredita!
Da amiga…


Sílvia Gonçalves

Ousadácia

Quantas vezes parámos uns momentos a rotina da nossa vida para reflectir se estamos a ser o que queremos e a fazer aquilo que desejamos. Um grande número das vezes a resposta obtida é negativa. Em parte por nossa culpa porque andamos toda a vida a trabalhar para obter objectivos que esquecemos de a viver. Falo em viver livremente. Em parte a culpa é do destino que nos move para caminhos que nunca pensamos percorrer.
Depois perguntam-nos como estamos e o que temos feito e nós explicamos, de sorriso no rosto, procurando disfarçar aquele suspiro de desilusão que nos invade nos piores momentos.
Estereotipadamente vivemos bem. Mas falta-nos aquela ousadácia (ousadia + audácia) para quebrar muros e fronteiras e vivermos o agora.
É urgente seguirmos os instintos. É urgente largar a razão. É urgente conservar doses de loucura. É urgente!
Se estamos sós na vida, provavelmente, até sentimos essa solidão mas é bem mais fácil continuar a viver para o cão ou para o gato do que nos lançarmos à paixão.
Ou a pessoa não tem o emprego que gostaríamos, ou é velha ou nova de mais, ou já esteve na prisão, ou não é da mesma cultura que nós, ou ou ou…Basta de hipóteses! Chega de coisas delineadas!
Se amamos devemos lutar. Temos dentro de nós o mais belo dos sentimentos. Ignorá-lo é ignorar a ventura. Se passar com o tempo não faz mal. Foi uma felicidade momentânea que não perde o valor por isso.
Somos demasiado adeptos de regras. Devíamos arriscar. Se pensarmos em tudo que já deixamos escapar por receio certamente que nos sentimos oprimidos. Já se pensarmos nos nossos fracassos sentir-nos-emos aventureiros.
É urgente devastar assim como é urgente criar. Só deste modo haverá espaço para novas plantações e, consequentemente, para novas colheitas.


Sílvia Gonçalves

Coisas que acontecem


Pensei que os teus braços
Eram o meu refúgio
E que os teus passos
Traduziam o modo certo de andar.
Pensei que tudo que sonhavas
Era possível realizar.
Acreditei que se quisesses
Podias parar o vento,
Podias secar o mar
Com um doce movimento,
Com a força de um olhar.
Perdi-me no teu corpo.
Julguei ser esse o meu lugar.
Lugar infindável,
Feito para amar.
Nem chegaste a saber
Tudo aquilo que sou.
E apesar de sofrer
Não faz mal, já passou.


Sílvia Gonçalves