domingo, 7 de novembro de 2010




Turbilhões de febres esquisitas
Rondam os ares da montanha,
Nos espaços em que coabitas
E escondes a tua rude façanha.

Não és feita de seda
Nem áspera como a arriba.
Transpareces entre a labareda
A tua nua cinta descaída.

O estrelar do céu
Fica coberto de pólen.
Tudo não passa de um véu
Lançado por um bravo homem.

Há defeitos. Há feitios.
Não nos podemos mudar.
Repelem-te com assobios
Mas terás o teu altar.

Sílvia Gonçalves