sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Não se tratou de uma libertação repentina. Não.
Fomos aparecendo suavemente…
Primeiro a cera escorreu dos meus cabelos e depois dos teus. Agora eles já podiam mover-se com o vento, facultando-nos aquela leve sensação de pétalas a tocarem-nos o rosto.
Depois a cera deslizou dos teus olhos. Pude, finalmente, apreender-lhes a cor. Eram cor de mel.
Também o meu olhar foi liberto assim como todo o restante organismo que me compõem e permite viver. O mesmo aconteceu com o teu.
Estávamos desprovidos da imobilidade, finalmente.
Que mais iria acontecer? Será que ia acordar? Não queria sem antes saber o desfecho da própria história que criei.
Restava-me aguardar.

Continua…



Sílvia Gonçalves