sexta-feira, 25 de maio de 2012

Cascatas urbanas

Correm em movimentos constantes


As cascatas urbanas,


comummente “escadas rolantes”,


sim, é assim que lhes chamas.






De coração apenas mecânico:


Sem sentimento e cor.


Imagine-se pois o pânico


De não puderem sentir amor.






Correm em direções opostas:


Uma sobe, a outra desce.


Pisa-las e nem te importas,


Nem isso te entristece.






Mal sentem a luz do dia,


Enclausuradas na terra escura.


Deve ser grande a agonia,


Deve doer cada pisadura.




Porém, elas não param de transportar


Diferentes raças, idades e culturas.


E sem que tenhas tempo de pensar


Carregam também as tuas amarguras.


Sílvia Gonçalves