quinta-feira, 18 de junho de 2009

As crianças



Olham páginas em branco

E avistam cor.

Refugiam-se de baixo de um manto

De carinho e de amor.

Deslocam-se em bicos de pés

Quando querem uma carícia

E lutam contra ventos e marés,

Lealmente, sem malícia.

Pintam paredes de sonhos

Com a tinta da imaginação.

Possuem corações medonhos

Mas que cabem numa mão.

São a alma do futuro

Vindas de um passado recente.

Ainda não têm um espírito maduro.

Mas o alcançarão, calmamente.

Percorrem caminhos de descoberta

Sem os pedirem a ninguém.

E, porque a vida não é certa,

Por vezes, tratam-nas com desdém.

Ainda muito haveria para contar

Sobre os caminhantes desta faixa etária.

Mas, tal como eles, vou brincar

E pousar a caneta na secretária.

Sílvia Gonçalves