Tão depressa se deseja
Como de repente se abandona.
O que se serve na bandeja
É uma inquietude medonha.
Dizem que é amor,
Dizem que é paixão.
Há quem lhe saiba o sabor.
Há quem viva na escuridão.
Mais que um turbilhão de ideias
E um misto de sensações,
Na barriga sentimos sereias
E no peito tubarões.
Recorrendo amargamente
À doçura deste enleio,
Não sou forte nem valente,
Nem sequer tenho receio.
Sílvia Gonçalves