segunda-feira, 2 de agosto de 2010



Se para ti sou selvagem
E espinhos me cravam o coração,
Estás a viver uma miragem
Que não é futuro, é recordação.

Se o tempo para ti não avança
E preferes colar-te ao chão,
Forma um novo modo de esperança
Que te preencha o coração.

Esperas mesmo conhecer
A alma de tudo o que ficou.
O difícil é viver
Com o grito que ainda não soou.

Percorro em bicos de pés o mundo.
Eu sei onde quero ir.
Sei navegar no azul profundo
E sei como fazer-te sorrir.

Sílvia Gonçalves

Pisa - nuvens


Foi num aeroporto. As nuvens apresentavam-se estendidas pelo chão, estavam reflectidas.
As pessoas caminhavam normalmente. Ora levantando um pé, ora levantando o outro. Nem reparavam estar a pisar o céu. Foi aí que constatei que para além dos pisa papeis, existem pisa nuvens.


Sílvia Gonçalves