quarta-feira, 1 de abril de 2009

Do que tenho medo


Não tenho medo da escuridão
Nem de animais rastejantes.
O que me assusta é a solidão
E certos sentimentos importantes.

Vou tentar explicar…

Eu temo a alegria,
A sua efemeridade.
Por isso, não tenho a ousadia
De a tornar realidade.

Tenho medo do calor,
Se a seguir vou gelar.
Por isso, fujo do amor
Para não me constipar.

Aquilo de que tenho medo
É saber que o que tenho hoje,
Pode não passar de um segredo,
Que, se ventar, se escapa, foge.

Sílvia Gonçalves

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