sábado, 5 de fevereiro de 2011

Não me incomodam as planícies cobertas com o teu pó, nem a água que transpiras. Pouco me importa se cais e não te levantas. Se te feres e sofres.
Minto. Importa-me bastante, embora seja errado. Embora o tempo se tenha esquecido de nós. Penso em ti. Preferia não o fazer. Seria um alívio se me libertasses dos teus braços de fingir, se me deixasses romper livremente o caminho, se te esquecesses de mim sem esquecer totalmente. Eu queria apagar-te de uma só vez, de rajada, sem olhar para trás. Sem que restassem indícios cultivadores de um novo amor. Queria quebrar todas as raízes num ápice. Dói quando os sentimentos adoecem sem morrer, ficando pequenas pontas soltas. Pequenas de mais para voltar a serem semeadas e grandes de mais para serem esquecidas.

Sílvia Gonçalves

Sem comentários: