Tudo começou
num tempo distante. Há muito muito tempo atrás (como normalmente se diz nas
histórias). Uma jovem rapariga tropeçou num objeto. Melhor dizendo: em metade
de um objeto. Metade de um coração. Inicialmente pareceu-lhe algo disforme,
similar a uma face retratada em perfil, de um jeito abstrato. Só depois reparou
ser metade de um coração. Daqueles corações “comerciais” que simbolizam o amor.
Os corações reais são bem diferentes, cavados de artérias e veias que lhe conferem
anatomicamente uma forma nada romantizada. Um pouco grotesca até. Ia ela
descendo uma calçada com pedras de vários formatos e relevos quando, por fim,
acabou por pegar na referida metade do coração. Questão que o mais comum dos
mortais colocaria: Quem terá a outra metade? Com Maria (a jovem em destaque)
não foi diferente. Quem teria a parte que encaixava no “seu” coração? Acrescento:
Quem terá as metades que preenchem as nossas dúvidas, que acalentam os nossos
receios, que embalam os nossos pesadelos? Quem as terá afinal?
Sílvia Gonçalves
sábado, 14 de julho de 2012
segunda-feira, 2 de julho de 2012
As nuvens deslizavam
Como quem procura escapar
Às emoções que agarram
E suspendem o mar….
…que deixa de ser salgado
Para envergar a doçura
Desse teu corpo alado
Oposto à secura…
…do deserto quente
Onde a água é escassa.
Onde o nada é para sempre,
Onde a tua cor é baça…
…sem contornos definidos
Formas nítidas nem recortes.
Onde vês os sons escondidos
E ouves luzes fortes…
…através dos sentidos trocados
Que fazes por manter,
Entre melodias e fados
Ecoando pelo amanhecer…
…que precede a escuridão,
O frio e a saudade
Desse coração,
Batendo sem rumo ou vontade.
Sílvia Gonçalves
Como quem procura escapar
Às emoções que agarram
E suspendem o mar….
…que deixa de ser salgado
Para envergar a doçura
Desse teu corpo alado
Oposto à secura…
…do deserto quente
Onde a água é escassa.
Onde o nada é para sempre,
Onde a tua cor é baça…
…sem contornos definidos
Formas nítidas nem recortes.
Onde vês os sons escondidos
E ouves luzes fortes…
…através dos sentidos trocados
Que fazes por manter,
Entre melodias e fados
Ecoando pelo amanhecer…
…que precede a escuridão,
O frio e a saudade
Desse coração,
Batendo sem rumo ou vontade.
Sílvia Gonçalves
Contrastes
Lento, rápido, veloz.
Amargo, doce, mel.
Atravesso a tua voz
Através deste papel.
Luz, claro, escuro.
Sorriso, alegre, feliz.
O mundo não é duro,
Tu é que és um aprendiz.
Sussurro, canto, melodia.
Brisa, vento, tufão.
Nessa tempestade vazia
Eu sou o trovão.
Sono, sonho, dormir.
Olhar, ver, observar.
Ficar ou partir,
Ir ou voltar.
Gradientes que crescem,
Opostos que existem.
Termos que enlouquecem
Onde as palavras resistem.
Sílvia Gonçalves
Amargo, doce, mel.
Atravesso a tua voz
Através deste papel.
Luz, claro, escuro.
Sorriso, alegre, feliz.
O mundo não é duro,
Tu é que és um aprendiz.
Sussurro, canto, melodia.
Brisa, vento, tufão.
Nessa tempestade vazia
Eu sou o trovão.
Sono, sonho, dormir.
Olhar, ver, observar.
Ficar ou partir,
Ir ou voltar.
Gradientes que crescem,
Opostos que existem.
Termos que enlouquecem
Onde as palavras resistem.
Sílvia Gonçalves
Subscrever:
Mensagens (Atom)