Ia descendo a rua
Numa noite sem lua,
Onde a escuridão
Me queria dar a mão.
Estremeci…
E foi quando vi
Um cão que me olhava,
Enquanto passava.
Olhar terno.
Olhar sereno.
Que nem se moveu
A nenhum movimento meu.
O meu medo foi em vão
Perante tão dócil cão.
Tive vontade de lhe sorrir,
De saber o que estava a sentir.
E houve um momento,
Em que senti cá dentro
Que o consegui entender,
Apesar de a outra espécie pertencer.
Fui-me afastando
E ele sempre olhando.
Mas mais nada tinha para lhe dar
A não ser um último olhar.
E aquele animal,
Com carácter tão especial,
Fez-me reflectir
No mal que está para vir.
Quantos olhares ignoramos?
Nem sequer nos importamos…
E o futuro somos nós?
Que deixamos olhares sós…
Sílvia Gonçalves
Numa noite sem lua,
Onde a escuridão
Me queria dar a mão.
Estremeci…
E foi quando vi
Um cão que me olhava,
Enquanto passava.
Olhar terno.
Olhar sereno.
Que nem se moveu
A nenhum movimento meu.
O meu medo foi em vão
Perante tão dócil cão.
Tive vontade de lhe sorrir,
De saber o que estava a sentir.
E houve um momento,
Em que senti cá dentro
Que o consegui entender,
Apesar de a outra espécie pertencer.
Fui-me afastando
E ele sempre olhando.
Mas mais nada tinha para lhe dar
A não ser um último olhar.
E aquele animal,
Com carácter tão especial,
Fez-me reflectir
No mal que está para vir.
Quantos olhares ignoramos?
Nem sequer nos importamos…
E o futuro somos nós?
Que deixamos olhares sós…
Sílvia Gonçalves
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