Quando alguém viaja, uma das coisas que prende a sua atenção são as matrículas dos automóveis pertencentes ao seu país. Se vamos para fora, ao avistarmos matrículas portuguesas cresce em nós patriotismo ou este nasce, se até então nunca o tínhamos sentido.
Manifestamos uma enorme fraternidade para com esses condutores que, tal como nós, vagueiam por terras tão distantes das origens.
Se, por outro lado, estamos dentro do nosso país o que cresce ou nasce em nós é a falta de civismo e a inimizade. É estranho, mas é o que acontece.
É necessário ir para terras distantes para expressarmos o amor à pátria, o amor à nação?
Depois todo o mundo se queixa dos nossos governantes, quando o amor a Portugal, primeiramente, deveria ser expresso por nós mesmos. Cidadãos activos na vida social pertencente ao seu país de origem, ao país que nos gerou. O patriotismo devia sair de nós de modo genuíno e nunca activado por uma matrícula qualquer.
Esta situação é o mesmo que amar apenas os nossos filhos quando eles estão fora de casa porque dentro estão demasiado perto e nem os notamos.
Conclui-se que é preciso sentir falta para acolher em vez de acolher porque se sente falta.
É o mundo que temos.
Sílvia Gonçalves
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