terça-feira, 14 de abril de 2009
domingo, 12 de abril de 2009
Noite de amor
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Lua cheia
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Olhar
Escrevi este poema quando tinha 15 anos e foi com ele que ganhei o meu primeiro concurso de poesia, a nível escolar.
Se fosse hoje, não o escreveria da mesma forma. Aliás, ainda ponderei fazer-lhe algumas alterações mas, posteriormente, abandonei essa hipótese. Se foi isto que senti, na altura, não faz sentido mudá-lo.
As pessoas crescem mas as palavras ficam…
Se fosse hoje, não o escreveria da mesma forma. Aliás, ainda ponderei fazer-lhe algumas alterações mas, posteriormente, abandonei essa hipótese. Se foi isto que senti, na altura, não faz sentido mudá-lo.
As pessoas crescem mas as palavras ficam…
Olhar o infinito
Sentir multidões
Soltar um grito
Repleto de emoções.
Olhar um oceano
Sem o mar alcançar
Fazer de tudo um engano
Para nada ter de desvendar.
Olhar o fogo apagado
E o gelo escaldante
Um sofrimento amargurado
Num silêncio falante.
Olhar e não ver
Tornar real o imaginário
Querer e não ter
É esta a lei do contrário.
Olhar em frente
Receando o passado
Viver o presente
Esperando um futuro calado.
Olhar o deserto
E uma estrela incandescente
Estar perto
Mesmo estando ausente.
Olhar uma folha em branco
Escrita a tinta preta
Realçar o seu encanto
Com um lápis ou caneta.
Olhar uma rua
Reparar num candeeiro
Escutar uma alma nua
E um murmúrio alheio.
Olhar o mundo
Ambicionando o Universo
Ir da superfície ao fundo
Num pensamento disperso.
Olhar sorrindo
Adormecer chorando
Observar sentindo
Que alguém nos vai amando.
Olhar um vulcão
E na lava descobrir
A cor do coração
Que bate sem partir.
Olhar o sol
Sem reparar no céu
Compará-lo a um farol
Que por momentos foi meu.
Olhar o chão
De cabeça erguida
Tocando-lhe com a mão
Sem abrir qualquer ferida.
Olhar
E viver olhando
Sonhar
E viver sonhando.
Sílvia Gonçalves
Sentir multidões
Soltar um grito
Repleto de emoções.
Olhar um oceano
Sem o mar alcançar
Fazer de tudo um engano
Para nada ter de desvendar.
Olhar o fogo apagado
E o gelo escaldante
Um sofrimento amargurado
Num silêncio falante.
Olhar e não ver
Tornar real o imaginário
Querer e não ter
É esta a lei do contrário.
Olhar em frente
Receando o passado
Viver o presente
Esperando um futuro calado.
Olhar o deserto
E uma estrela incandescente
Estar perto
Mesmo estando ausente.
Olhar uma folha em branco
Escrita a tinta preta
Realçar o seu encanto
Com um lápis ou caneta.
Olhar uma rua
Reparar num candeeiro
Escutar uma alma nua
E um murmúrio alheio.
Olhar o mundo
Ambicionando o Universo
Ir da superfície ao fundo
Num pensamento disperso.
Olhar sorrindo
Adormecer chorando
Observar sentindo
Que alguém nos vai amando.
Olhar um vulcão
E na lava descobrir
A cor do coração
Que bate sem partir.
Olhar o sol
Sem reparar no céu
Compará-lo a um farol
Que por momentos foi meu.
Olhar o chão
De cabeça erguida
Tocando-lhe com a mão
Sem abrir qualquer ferida.
Olhar
E viver olhando
Sonhar
E viver sonhando.
Sílvia Gonçalves
terça-feira, 7 de abril de 2009
Tentar chegar
Tudo nesta vida
Não passa de um mero acaso,
De uma sombra corrompida,
De um beco sem saída,
E, quando tudo está perdido,
Soltam-se as brisas no ar
E o teu sexto sentido
Diz que o inferno está a chegar.
Respiras e vais respirando,
Soltas um breve suspiro,
Sentes braços te apertando
E os gritos de um vampiro.
Começas a entender o óbvio
E o sentido do mundo:
Toda a gente possui ódio,
Desde a superfície até ao fundo.
E então deixas te levar
Pelas trevas da escuridão.
A poeira começa a levantar,
Em constante agitação.
Nas profundezas do meu ser
Já só consigo encontrar
A ânsia de sobreviver
Até outra dimensão chegar.
O que mais choca
É a tortura,
Mas já não importa
Toda a amargura.
E dás a volta ao problema,
Sentes o bater do coração.
Tudo não passa de um dilema
Sem uma breve explicação.
Por entre anjos e sinfonias,
Espreita o dia esperado,
Para te irromper alegrias
E a sinfonia é o fado.
Não te deixes apanhar
Pelas garras afiadas,
Que o universo vai recuperar
Todas as páginas rasgadas.
E como as árvores despidas
Dançam ao sabor do vento,
Todas as mágoas e feridas
Desaparecem com o tempo.
Sílvia Gonçalves
domingo, 5 de abril de 2009
A ignorância de ser ignorante
Desta vez, publico uma prosa...
Talvez um dia tudo que julguei real se torne abstracto e todos os obstáculos, que me atravessam a alma, se integrem num local sobrenatural e mortal, para que, as sombras da angústia e da dor, não mais perturbem quem quer alcançar a paz.
Espero por um dia realmente puro e límpido…um dia onde a ocasião e a diferença não se juntem. Um dia vulgar mas especial.
Sem motivos nada tem valor, sem valores há que descobrir motivos.
Espero alcançar o dia da vitória. Esse dia, será para mim, o dia em que o meu espírito jamais seja interrompido por crises desnecessárias e inválidas.
Todos lutamos pelos nossos valores. É pena não darmos valor aos princípios racionais e subjectivos.
Se algo se tornar alguém, ou alguém quiser fazer-se passar por algo, ainda nem tudo está perdido.
Contudo somos manipulados pelo destino, movidos pelo tempo e arrastados pela vida. Se é que ainda pode chamar-se vida a este jogo.
Balançamos com a leve brisa que corre e mantemo-nos firmes com as fortes rajadas do vento, enfurecido pela Natureza. Essa sim domina. Tudo pode.
Por exemplo, uma flor, tem vários tons, recortes e formas, no entanto envelhece, perdendo tudo isso, de dia para dia. Talvez origine outra flor.
Tudo muda, tudo progride e sai do lugar. Tudo e todos se movem, num ciclo vicioso e arrepiante, denominado vida.
Tentar descobrir os segredos deste ciclo é invadir o nosso ser. É tornar profundo o que está claro. Tentar desvendar mistérios, quase sempre é fortalecê-los mais ainda. Ou seja, desvendar é sinónimo de ignorância.
Por diversas vezes, ao tentarmos descobrir o “porquê” de algo, criamos mais “porquês” ainda.
O melhor talvez seja viver com a ignorância da vida, mas com a sabedoria que ela nos oferece.
A isto chamo crescer, e o crescimento interior é ainda um mistério. Porém, ao saber que o contemos, já somos sábios e conscientes de algo e tornamo-nos independentes de dependências.
Sílvia Margarida da Silva Gonçalves.
Talvez um dia tudo que julguei real se torne abstracto e todos os obstáculos, que me atravessam a alma, se integrem num local sobrenatural e mortal, para que, as sombras da angústia e da dor, não mais perturbem quem quer alcançar a paz.
Espero por um dia realmente puro e límpido…um dia onde a ocasião e a diferença não se juntem. Um dia vulgar mas especial.
Sem motivos nada tem valor, sem valores há que descobrir motivos.
Espero alcançar o dia da vitória. Esse dia, será para mim, o dia em que o meu espírito jamais seja interrompido por crises desnecessárias e inválidas.
Todos lutamos pelos nossos valores. É pena não darmos valor aos princípios racionais e subjectivos.
Se algo se tornar alguém, ou alguém quiser fazer-se passar por algo, ainda nem tudo está perdido.
Contudo somos manipulados pelo destino, movidos pelo tempo e arrastados pela vida. Se é que ainda pode chamar-se vida a este jogo.
Balançamos com a leve brisa que corre e mantemo-nos firmes com as fortes rajadas do vento, enfurecido pela Natureza. Essa sim domina. Tudo pode.
Por exemplo, uma flor, tem vários tons, recortes e formas, no entanto envelhece, perdendo tudo isso, de dia para dia. Talvez origine outra flor.
Tudo muda, tudo progride e sai do lugar. Tudo e todos se movem, num ciclo vicioso e arrepiante, denominado vida.
Tentar descobrir os segredos deste ciclo é invadir o nosso ser. É tornar profundo o que está claro. Tentar desvendar mistérios, quase sempre é fortalecê-los mais ainda. Ou seja, desvendar é sinónimo de ignorância.
Por diversas vezes, ao tentarmos descobrir o “porquê” de algo, criamos mais “porquês” ainda.
O melhor talvez seja viver com a ignorância da vida, mas com a sabedoria que ela nos oferece.
A isto chamo crescer, e o crescimento interior é ainda um mistério. Porém, ao saber que o contemos, já somos sábios e conscientes de algo e tornamo-nos independentes de dependências.
Sílvia Margarida da Silva Gonçalves.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Vagueando pela mente
Um dia, parei
No recanto do meu mundo,
Sem rumo nem lei,
Só com um vazio profundo.
Subi a escada do pensamento,
Passando pelo patamar da razão.
E cruzei-me com um velho avarento,
De seu nome Coração.
Surgiu, entre nós, uma conversa
Que rapidamente terminou,
Porque o velho estava com pressa
E quase nem me ligou.
Continuei o meu destino
Até alcançar a imaginação,
Que me tratou com carinho,
Melhor que o velho Coração.
No caminho de regresso
Tropecei num objecto.
E confesso,
Que me desviou o trajecto.
Mas, na vida, isso acontece até à morte,
Pensando que vamos para Este
Somos arrastados para Norte.
O destino é que nos tece.
Sílvia Gonçalves
No recanto do meu mundo,
Sem rumo nem lei,
Só com um vazio profundo.
Subi a escada do pensamento,
Passando pelo patamar da razão.
E cruzei-me com um velho avarento,
De seu nome Coração.
Surgiu, entre nós, uma conversa
Que rapidamente terminou,
Porque o velho estava com pressa
E quase nem me ligou.
Continuei o meu destino
Até alcançar a imaginação,
Que me tratou com carinho,
Melhor que o velho Coração.
No caminho de regresso
Tropecei num objecto.
E confesso,
Que me desviou o trajecto.
Mas, na vida, isso acontece até à morte,
Pensando que vamos para Este
Somos arrastados para Norte.
O destino é que nos tece.
Sílvia Gonçalves
Do que tenho medo
Não tenho medo da escuridão
Nem de animais rastejantes.
O que me assusta é a solidão
E certos sentimentos importantes.
Vou tentar explicar…
Eu temo a alegria,
A sua efemeridade.
Por isso, não tenho a ousadia
De a tornar realidade.
Tenho medo do calor,
Se a seguir vou gelar.
Por isso, fujo do amor
Para não me constipar.
Aquilo de que tenho medo
É saber que o que tenho hoje,
Pode não passar de um segredo,
Que, se ventar, se escapa, foge.
Sílvia Gonçalves
Nem de animais rastejantes.
O que me assusta é a solidão
E certos sentimentos importantes.
Vou tentar explicar…
Eu temo a alegria,
A sua efemeridade.
Por isso, não tenho a ousadia
De a tornar realidade.
Tenho medo do calor,
Se a seguir vou gelar.
Por isso, fujo do amor
Para não me constipar.
Aquilo de que tenho medo
É saber que o que tenho hoje,
Pode não passar de um segredo,
Que, se ventar, se escapa, foge.
Sílvia Gonçalves
Persistir
Quando apenas me restavam as cinzas,
Voltei a queimar.
Fiz das tripas coração
E transformei-as em carvão.
Quando as velas se quebraram,
Acendi um castiçal
E reavivei a iluminação,
Com o gesto de uma mão.
Se o mundo estiver a findar
Ainda o posso soerguer,
Com a força que tiver.
Se o mundo, enfim, deixar.
Sílvia Gonçalves
Voltei a queimar.
Fiz das tripas coração
E transformei-as em carvão.
Quando as velas se quebraram,
Acendi um castiçal
E reavivei a iluminação,
Com o gesto de uma mão.
Se o mundo estiver a findar
Ainda o posso soerguer,
Com a força que tiver.
Se o mundo, enfim, deixar.
Sílvia Gonçalves
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